Myrthes Villela de Oliveira
Sempre me disseram que ela foi uma excelente jogadora de vôlei. Infelizmente, nasci vários anos depois, e não pude assistir as atuações da grande atacante do Ginástico de Juiz de Fora.
Mas se não foi possível ir aos ginásios acompanhar os jogos, ouvi várias histórias contadas por ela mesma sobre os jogos. Ri de vários casos engraçados, e mesmo quando o humor não estava presente nos contos, ela tinha uma maneira de inventar uma piada e introduzi-la ao caso. Eram centenas de gargalhadas a cada conversa.
A cada ano da minha vida, aquela tia-avó, que preferi chamá-la apenas de vovó, se tornava como uma avó legitima. Mas quando o sentimento permite, quem vai dizer que avós são apenas os pais dos nossos pais?
Foram vários anos de convivência, dezenove na verdade... Neste tempo, não ouvi apenas histórias do vôlei, e sim várias peraltices que ela aprontou em seus tempos de colégio. Além de histórias, vieram aprendizados... Vieram vários exemplos.
Ela sempre foi uma grande guerreira da vida. Se a vida lhe deu vários motivos para chorar, ela com o seu humor e perseverança, levantava a cabeça, com um sorriso no rosto, bloqueava os problemas. E caso eles retornassem, ela dava logo uma cortada certeira e comemorava mais um ponto em sua vida.
Nestes últimos anos, o fôlego foi acabando... Mas a sua força ela nunca abandonou. Este lindo exemplo, esta mulher de peito. Sim... De muito peito! Há quem diga que a medicina os tirou, mas eu nunca vi alguém ter tanto peito para viver.
O vôlei ficou na lembrança. Ultimamente, o seu esporte mesmo era apenas o levantamento de controle remoto. A televisão e a cama viraram sua companhia predileta.
Em nossa última conversa em sua casa, ela me perguntou se eu estava pronto para o curso de jornalismo. Ao responder que sim, ela disse...
- Daqui alguns anos vou te ver na TV né!? Pois assisto todos os programas...
Disse que logicamente ela iria me acompanhar na TV. Que leria os meus textos em jornais no futuro... Mas ela encerrou a conversa, levantou-se do sofá, reclamou estar cansada e voltou para sua cama. Fiquei ouvindo o jogo do Galo pelo rádio, e ela disse... - Se for gol me avise! – Então voltou para sua cama.
Um mês depois, o cansaço foi parecendo cada vez maior. Ela tentava demonstrar sua força, mas talvez fosse à hora de descansar. Sem se entregar, aos poucos a dor foi tomando conta de seu corpo. Rapidamente, a garra de sempre se tornou vulnerável.
Deitada na cama do hospital, tivemos o último contato. E como não poderia deixar de ser, ela contou para sua companheira de quarto que foi jogadora de vôlei, e com a enfermeira, mesmo com a voz ofegante, contou uma piada, e ali deu seu último sorriso. Logo depois ela dormiu...
Com um beijo na testa, e as lágrimas escapando pelos olhos, disse a ela que tudo ficaria bem. E no dia seguinte, ela foi para o céu... Lá de cima, sei que ela está me acompanhando, e não foi preciso esperar a oportunidade para me ver na televisão... Agora ela me acompanha em todos os passos que dou.
Obrigado Vovó Myrthes... Este dia do seu aniversário, continuará sendo comemorado por todos que te amam, pois sabemos que você está a todo momento em nosso lado!
Mas se não foi possível ir aos ginásios acompanhar os jogos, ouvi várias histórias contadas por ela mesma sobre os jogos. Ri de vários casos engraçados, e mesmo quando o humor não estava presente nos contos, ela tinha uma maneira de inventar uma piada e introduzi-la ao caso. Eram centenas de gargalhadas a cada conversa.
A cada ano da minha vida, aquela tia-avó, que preferi chamá-la apenas de vovó, se tornava como uma avó legitima. Mas quando o sentimento permite, quem vai dizer que avós são apenas os pais dos nossos pais?
Foram vários anos de convivência, dezenove na verdade... Neste tempo, não ouvi apenas histórias do vôlei, e sim várias peraltices que ela aprontou em seus tempos de colégio. Além de histórias, vieram aprendizados... Vieram vários exemplos.
Ela sempre foi uma grande guerreira da vida. Se a vida lhe deu vários motivos para chorar, ela com o seu humor e perseverança, levantava a cabeça, com um sorriso no rosto, bloqueava os problemas. E caso eles retornassem, ela dava logo uma cortada certeira e comemorava mais um ponto em sua vida.
Nestes últimos anos, o fôlego foi acabando... Mas a sua força ela nunca abandonou. Este lindo exemplo, esta mulher de peito. Sim... De muito peito! Há quem diga que a medicina os tirou, mas eu nunca vi alguém ter tanto peito para viver.
O vôlei ficou na lembrança. Ultimamente, o seu esporte mesmo era apenas o levantamento de controle remoto. A televisão e a cama viraram sua companhia predileta.
Em nossa última conversa em sua casa, ela me perguntou se eu estava pronto para o curso de jornalismo. Ao responder que sim, ela disse...
- Daqui alguns anos vou te ver na TV né!? Pois assisto todos os programas...
Disse que logicamente ela iria me acompanhar na TV. Que leria os meus textos em jornais no futuro... Mas ela encerrou a conversa, levantou-se do sofá, reclamou estar cansada e voltou para sua cama. Fiquei ouvindo o jogo do Galo pelo rádio, e ela disse... - Se for gol me avise! – Então voltou para sua cama.
Um mês depois, o cansaço foi parecendo cada vez maior. Ela tentava demonstrar sua força, mas talvez fosse à hora de descansar. Sem se entregar, aos poucos a dor foi tomando conta de seu corpo. Rapidamente, a garra de sempre se tornou vulnerável.
Deitada na cama do hospital, tivemos o último contato. E como não poderia deixar de ser, ela contou para sua companheira de quarto que foi jogadora de vôlei, e com a enfermeira, mesmo com a voz ofegante, contou uma piada, e ali deu seu último sorriso. Logo depois ela dormiu...
Com um beijo na testa, e as lágrimas escapando pelos olhos, disse a ela que tudo ficaria bem. E no dia seguinte, ela foi para o céu... Lá de cima, sei que ela está me acompanhando, e não foi preciso esperar a oportunidade para me ver na televisão... Agora ela me acompanha em todos os passos que dou.
Obrigado Vovó Myrthes... Este dia do seu aniversário, continuará sendo comemorado por todos que te amam, pois sabemos que você está a todo momento em nosso lado!
Você faz parte de todas as minhas conquistas, e dedico a você o Troféu Fino da Bola!
Myrthes pronta para mais um jogo de vôlei!
Myrthes Villela de Oliveira
25/02/1933 - 03/11/2008
25/02/1933 - 03/11/2008
Você deu um jeitinho de presenteá-la neste aniversário! Sou fã de vocês dois, donos de grandes sacadas.A grande jogadora desta vez está te assistindo e te aplaudindo! Obrigada!!!!
ResponderExcluirJá comentei esse texto maravilhoso em outro blog seu, mas não resisti e vim aqui também. Sua vó Myrthes se orgulha do neto tanto quanto ele dela! E ela vai estar sempre de olho nos seus textos e comentários, torcendo pelo seu sucesso! Sucesso que é apenas questão de tempo.....
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